Banksy, o intelectual do spray (por Luca Gomes)

Pra dizer a verdade, nunca dei muita importância a esse tipo de arte; aliás, eu a definia tal como é a pichação, já que na minha época, o que se via pela cidade, era um amontoado de cores com letras distorcidas que só quem tinha feito sabia dizer o que era. Para mim, aquilo não significava nada.

As coisas começaram a mudar há uns 20 anos, quando estiveram em Votuporanga, Otavio e Gustavo Pandolfo – sim, os Gêmeos – trazidos pelo artista local e amigo Edgar Andreata. Os Gêmeos fizeram um tipo de arte que me deixou “chapado”. Aquilo sim expressava a visão do artista e eu podia entender aquela manifestação sem interpretes.

Minha maior frustração foi que na época não existiam máquinas fotográficas digitais, celulares com câmeras e toda a facilidade de se registrar uma imagem como é hoje. As fotos que tirei com a Kodak Instamatic 104 da minha esposa se perderam no tempo.

No ano passado, assisti a um filme na HBO que me deixou fascinado. Trata-se do documentário dirigido pelo maior artista de rua, ativista político, cineasta e anarquista: Banksy. Nascido em Bristol, Inglaterra no ano de 1975, o artista já espalhou a sua irreverência por cidades como Londres, Nova York, Los Angeles e até no “Muro da Vergonha”, que divide Palestina e Israel, onde criou grafites e stencils sensacionais.

Já houve até o rumor de que Banksy seria mais de uma pessoa. Porém, mesmo com a estimativa de que ele tenha cerca de 20 colaboradores, é apenas um. O mistério da sua identidade torna tudo muito excitante, principalmente com a prática não permitida dos stencils, grafites e outras intervenções urbanas, regadas de humor ácido, sarcasmo e críticas político-sociais que o transformaram em um fenômeno mundial.

Banksy é o maior de todos. Transformou e revolucionou a arte urbana em arte de museu. Existem obras extremamente valorizadas, como a cabine telefônica intitulada “London Calling” arrematado por $ 550 mil libras em um leilão da Christie’s.

Através deste documentário descobri outros artistas maravilhosos até então anônimos para mim: Space Invaders, D*face, Obey, Edgar Mueller, Alto-Contraste, Blu, etc.

Aproveite a dica e se delicie na obra de Banksy e outros artista citados nesse post. Assista o documentário produzido e dirigido por ele mesmo, mostrando outro maluco da arte urbana, Thierry Guetta – não, ele não é nada do David Guetta – conhecido no meio por Mr. Brainwash. Vale a penar ver Exit Through the Gift Shop (“Saída pela loja de presentes“).

Pra encerrar, aqui vai uma de suas celebres mensagens:

“Não há nada mais perigoso do que alguém que quer fazer do mundo um lugar melhor”

 

Referências:

Trailer do filme:

 

Os Gêmeos

http://osgemeos.com.br/

 

Banksy: Muro da Vergonha

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