“Cidade Cinza” conta a história de artistas como OsGêmeos, Nunca e Nina, grafiteiros reconhecidos internacionalmente, que tem seus trabalhos apagados constantemente das ruas da capital paulista. O filme tenta conscientizar a população sobre a perda cultural enorme que vem com a política higienista que tenta por fim à poluição visual em São Paulo.
“A gente já é muito pobre de cultura para apagar a cultura da rua” disse Ise, outro dos artistas retratados no documentário. Foram seis anos desde a produção até o financiamento por crowdfunding para distribuição. “Nesse meio tempo, a cidade de São Paulo mudou de Prefeito, mas infelizmente a Prefeitura continua pintando de cinza as paredes grafitadas”, afirmou Peppe Siffredi, roteirista do filme, em entrevista concedida ao Conexão Cultural.
Um dos murais apagados em São Paulo.[/caption]
O longa metragem, que retrata a dificuldade destes grandes artistas brasileiros serem reconhecidos no próprio país, também encontrou obstáculos para ser divulgado. As grandes distribuidoras não se interessavam pelo gênero documental por ter fraco apelo comercial. Quando as maneiras habituais de captar recurso se esgotaram, a ideia do financiamento coletivo apareceu. “Estou rifando o meu filme!”, foi assim que Marcelo Mesquita, um dos diretores do documentário conseguiu – e ultrapassou – os R$80 mil necessários para distribuir o longa pelas salas de cinema do país.
Com trilha sonora original de Criolo e Daniel Ganjaman, “Cidade Cinza” ainda não tem data de estreia prevista, mas já foi selecionado pelo festival “É Tudo Verdade”. Veja o trailer no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=7NpppZaGfJo